A atuação de três senadores me chamou a atenção durante a reunião do Conselho de Ética, realizada hoje (15 de junho). A primeira, já citada. A segunda, e acredito ser a mais importante, do senador Demóstenes Torres (DEM-GO). O democrata foi um dos mais enfáticos em querer que se investigue as novas denúncias, apresentadas pelo Jornal Nacional, na quinta-feira (14/6). E por último, temos o senador Romero Jucá, líder do governo.
Renan não participou diretamente da reunião do Conselho de Ética, na qual dava como certo o arquivamento de seu processo, mas se fez representar pelo líder Jucá, a quem coube várias intervenções para atestar que o senador já havia esclarecido tudo, inclusive as denúncias do Jornal Nacional. Quando discordava de algo, Renan ligava para Jucá, aquele senador que era ministro da Previdência, que teria dado fazendas inexistentes como garantia a empréstimos públicos e que teve de deixar o cargo.
Com o decorrer da reunião, Renan informou a Jucá que encaminhasse o adiamento da votação para a próxima semana, tempo necessário para que o presidente novamente comprovasse a sua inocência.
Quem não concordou muito com a idéia foi o relator Epitácio Cafeteira (PTB-MA), que ameaçava renunciar à relatoria, caso a votação fosse adiada para terça-feira (19), repassando a função para a senadora Ideli. Mas essa idéia não durou muito e foi logo rechaçada quando disse ter recebido o telefonema de sua mulher, que teria lhe dito que o senador Renan lhe pedira para aceitar o adiamento e permanecer como relator. Houve quem dissesse que Cafeteira havia, sim, recebido uma ordem do presidente do Senado.
Resta saber até quando Renan conseguirá manter os senadores sob seu domínio e até quando o governo vai bancar o seu nome. Caso apareça alguma reportagem com denúncias contra ele ou pondo em dúvida as suas explicações, é bem provável que o Executivo lave as mãos deste aliado. Não fosse Renan o senador sob investigação, é bem provável que seu destino já estaria traçado, apesar de todo o corporativismo que envolve o “Senado da República”, como gostam de dizer os parlamentares.
A sobrevida de Renan, em grande parte, se dá pela necessidade que o governo tem de ter o PMDB em sua base de sustentação, mas nem isso é fundamenta, afinal, rei morto, rei posto. Com o agravamento das denúncias, as pretensões aparecem e deve ter muito parlamentar de olho na presidência do Senado.
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