Alguém se lembra de como FHC terminou o primeiro madanto? De como Luiz Carlos Mendonça de Barros articulou a criação do superministério da Produção, do qual seria o titular? Alguém se lembra de como os aliados (PMDB e PFL) torpediaram a iniciativa, temendo tamanho poder na mão do tucano? Afinal, a pasta contaria, na época, com R$ 18 bilhões do BNDES para empréstimos. Um superministério criado sob medida para o PSDB.
A verdade é que a idéia não resistiu à pressão dos aliados. Mendonça de Barros teve de deixar o governo desgastado após o escândalo do grampo no BNDES – que colocou em dúvida o processo de privatização da Telebrás. E a superpasta virou Ministério do Desenvolvimento, sem a estatura e os recursos que teria o da Produção. Na época também havia constantes disputas entre os monetaristas (partidários da política ortodoxa de Pedro Malan, Fazenda) e os chamados desenvolvimentistas (José Serra – Saúde – e Clóvis Carvalho – Casa Civil). Malan nunca perdeu as disputas internas da sua área.
Parece repeteco, mas não é! Não foi só no goveno Lula que se pediu ousadia na condução da política econômica.
Concretizada a vitória do petista no segundo turno, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, falando em nome de um grupo do governo, anunciou o fim da era Palocci na economia do País.
O presidente prontamente desautorizou tais declarações e tratou de conter os "desenvolvimentistas". Lula reafirmou a manutenção da política econômica e foi taxativo: "Não teve era Palocci, como não tem era Guido Mantega".
Engraçada essa disputa entre monetaristas e desenvolvimentistas. Que isso não sirva de mau agouro para próximo governo.
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