
21 maio, 2007
Enfim, a tão esperada vitória de Federer no saibro contra Nadal

Foi preciso esperar muito tempo para vermos, finalmente, Roger Federer derrotar o número dois do tênis mundial, Rafael Nadal, no saibro. O suíço vinha, faz algum tempo, apresentando indiferença aos resultados e com os erros.
Estas eram as idéias que as imagens nos faziam crer, mas o verdadeiro motivo pode ter sido o fato de o suíço estar "treinando" para corrigir suas "deficiências" sobre o saibro. Coloco a palavra deficiência entre aspas porque o único esportista realmente a fazer frente a Federer é Nadal, afinal um jogo entre o número 1 e o 2 nunca vai ser algo fácil para nenhum dos jogadores. Realmente fiquei feliz e gritei junto com Federer a cada ponto ganho. Gritei também em cada um de seus erros. Para nós, fãs, Federer não pode se dar ao luxo de errar, muito menos contra o espanhol. E o mais legal dos confrontos entre os dois é a civilidade. Dois adversários que não levam a disputa para o lado pessoal, como normalmente acontece em vários esportes. Vida longa a Federer e a Nadal. Aprendi a amar o tênis vendo a figura destes dois esplendidos jogadores.
Então, com todos os erros ao longo deste ano – mais uma explicação: estou usando a palavra "erro" para justificar a sua derrota nos primeiros meses de 2007 –, o mínimo que o suíço conseguia era ser vice-campeão, deixando para trás dezenas de excelentes tenistas. É que quando se trata de Federer, não esperamos menos que show e vitórias. Nos esquecemos que do outro lado existe, muitas vezes, bons adversários. Nunca aceitamos um resultado que não a vitória. Federer tropeçou em Indian Wells e em Miami, foi vice em Monte Carlo e saiu nas oitavas em Roma para finalmente vencer no Masters Series de Hamburgo, quando voltou a sorrir com a quebra da longa invencibilidade de Nadal no saibro.
Voltemos à idéia inicial: o treino e aperfeiçoamento de Federer. Todos os jogos e as derrotas para o espanhol serviram para ambientar o jogo do suíço no saibro, até então um tipo de piso que não era a sua especialidade. Federer teve paciência e pode ter chegado a um novo patamar em seu jogo no saibro. Talvez isso explique a aparente apatia de Federer frente às derrotas.
Não foi fácil a chegada de Federer à final. Ao contrário do que se possa pensar, ele não teve vida fácil. Acredito, inclusive, que a sua chave foi muito mais complicada que a do Nadal. Enquanto diziam que o número um patinava, afirmo que apenas teve jogos mais difíceis aliados a uma série de erros não-forçados.
Federer derrotou, para chegar à final, Monaco, Ferrero (ex-número 1 e atual 15), Ferrer (12) e Moyá (ex-número 1 e atual 76). Já Nadal, passou por Hernandez, Andreev, Gonzalez (5) e Hewitt (ex-número 1 e atual 16). Enfim, isso é apenas uma constatação e não desculpa, o que só valoriza a conquista do suíço e não tira nenhum dos méritos de Nadal.
Acredito que todos os torcedores do suíço soltaram aquele grito após Nadal errar no último ponto. Era um grito engasgado na garganta de todos. Federer venceu Nadal em seu território e jogando no mesmo estilo do espanhol. Foi uma vitória de igual para igual.
O urro de Federer marca o início de uma nova fase na vida do tenista suíço. Ele chega para a disputa em Roland Garros como novo ânimo. Vibrei e torci muito por essa vitória de Federer.
Federer, um forte abraço! José Maria.